Monday, October 31, 2005

ñh02 - II Congresso - O Melhor do Design de Jornais, Espanha e Portugal, 2005

16 - 18 de Novembro, Oeiras
Informações, programa, regulamento aqui.

Concurso Experimenta Design e Super Bock - até 15 de Novembro

"Beer Glass of the Year"
Concurso dirigido a profissionais e estudantes finalistas de Design.
Proposta: elaboração de um novo copo de cerveja e respectivos suportes de comunicação.
Informações e regulamento aqui.

Sunday, October 30, 2005

Fotografia II - 2 de Novembro não há aula

Por motivo de reunião do Conselho Científico, a aula de Fotografia II marcada para Quarta-feira 2 de Novembro (turma A) não se realizará. O prazo de finalização e entrega dos trabalhos relativos ao exercício "deriva" fica assim adiado para 9 de Novembro.
A aula de 3 de Novembro (turma B) mantém-se sem alterações.

Friday, October 28, 2005

VII Porto Cartoon World Festival

Inaugura a 4 de Novembro, 17h.
Museu Nacional da Imprensa
Estrada Nacional 108, nº 206
a montante da Ponte do Freixo, Porto
tel 22 530 4966
Será servido um Porto de Honra.
A exposição estará aberta todos os dias das 15 às 20 horas.

Cinevideo . Proposta I

Até segunda feira, 31 de Outubro, deverá ser entregue a sinopse do filme escolhido e a lista de tópicos com os aspectos constituintes do imaginário.

Thursday, October 27, 2005

Fotografia II - entrega de trabalhos

Turma A - os trabalhos relativos ao exercício "Invisibilidade" devem ser enviados em formato digital [1024x768, 72 DPI] até Segunda-feira dia 31, junto com uma proposta de TÍTULO para a exposição, para:
clapatsil @ gmail.com

Turma B - os trabalhos relativos ao exercício "Banalidade" devem ser entregues impreterivelmente até Segunda-feira:
no email ricardolafuente @ yahoo.com (formato digital)
ou
em envelope identificado "Fotografia II, turma B", ao cuidado da D. Graça, R/C Pav. Design (trabalhos impressos).

Tuesday, October 25, 2005

Inaugurações - Sábado - CPF

Inauguram no Centro Português de Fotografia
Sábado, 29 de Outubro, 17 horas

- Exposição "Novas Aquisições"
- “I won’t reveal you”; João Pedro Cortes
- “Voz do Silêncio: prisões políticas portuguesas”; Pedro Medeiros

CPF
Ex-Cadeia da Relação
Campo Mártires da Pátria
Porto

Wednesday, October 19, 2005

Daciano Costa, 1930-2005

Aos 75 anos
Morreu o arquitecto e designer Daciano Costa
18.10.2005 - 20h59 Lusa

O arquitecto e designer Daciano Costa morreu hoje, em Lisboa, aos 75 anos, vítima de doença prolongada. No seu vasto currículo destacam-se trabalhos em áreas como a arquitectura de interiores, design de mobiliário, industrial, de exposições e gráfico, bem como cenografia e figurinos.

Daciano Costa nasceu em Lisboa a 3 de Setembro de 1930, frequentou a Escola de Artes Decorativas de António Arroio e a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Recebeu os prémios Constantino Fernandes e Ferreira Chaves, destinados aos alunos com máxima classificação do curso de Pintura, que entretanto terminou.

Depois de ter frequentado a Escola de Belas Artes, Daciano da Costa começou a sua carreira profissional no atelier de pintura e de arquitectura de Frederico George, desde 1947. A sua colaboração mostrou-se "fundamental na formação da sua sensibilidade e da metodologia que viria adoptar na abordagem do processo de projecto", contou à Lusa o arquitecto João Paulo Martins, que com ele conviveu.

Em 1959 abriu o seu próprio atelier onde desenvolveu actividades no domínio da arquitectura de interiores, design de exposições e industrial. "Daciano da Costa foi um dos protagonistas do processo de definição da Arquitectura de Interiores como disciplina autónoma, estabelecida em relação estreita e orgânica com o projecto de Arquitectura e em substituição da designada Decoração", acrescentou João Paulo Martins.

Em 1961, iniciou uma colaboração com a Metalúrgica da Longra que havia de se prolongar por mais de trinta anos, sendo "uma das experiências mais profícuas de relação da indústria nacional com o design".
Daciano da Costa ingressou como docente do Departamento de Arquitectura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1977 e nessa escola se manteve após a sua transformação em Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.

Em 1992 iniciou e dirigiu a primeira Licenciatura em Arquitectura de Design, onde leccionou até se jubilar em 2003. Em 2004 recebeu o título de Doutor Honoris Causa desta faculdade pela sua contribuição da sua obra para o desenvolvimento do Design em Portugal. No ano anterior tinha recebido igual distinção pela Universidade de Aveiro.

No ano de 2001, recebeu da Sociedade Nacional de Belas-Artes a medalha destinada aos sócios com mais relevância na vida da instituição, a secção portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte conferiu-lhe o prémio anual para a área de Arquitectura.

A Ordem dos Arquitectos nomeou-o sócio honorário em 2002, no ano anterior o Presidente da República tinha-lhe imposto as insígnias de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, condecoração que juntou à de Grande Oficial da Ordem do Mérito, recebida em 1995.

Em 1994, Daciano da Costa publicou o livro "Croquis de Viagem", com uma selecção dos seus desenhos de leitura do ambiente, realizados ao longo de anos de viagens. Quatro anos depois, o Centro Português de Design editou "Design e Mal-Estar", onde foram reunidos muitos dos seus textos de intervenção crítica sobre Design e entrevistas publicadas na imprensa periódica desde 1970.

Em 2003, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais integrou uma parte substancial do arquivo de Daciano da Costa, constituído por esboços, desenhos técnicos e maquetas resultantes da sua actividade projectual até 1994.

Segundo João Paulo Martins, "este espólio, guardado no Forte de Sacavém, está a ser tratado, estudado e digitalizado para futura divulgação".

Dos seus trabalhos destacam-se o projecto de interiores da Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa (1961) e a Biblioteca Nacional (1968), Teatro Villaret (1965) e o Casino Estoril (1967).

Outros trabalhos seus são os interiores do Hotel Alvor Praia (1968), do Casino Park-Hotel (1972-84), no Funchal, do Centro Cultural de Belém (1992), a renovação de interiores do Coliseu dos Recreios de Lisboa (1994) e dos Paços do Concelho de Lisboa (1998). Em Dezembro passado tinha apresentado um projecto à Câmara de Lisboa de requalificação da Praça da Figueira, revestindo os edifícios com azulejos em azul e branco.

Daciano Costa era ainda sócio correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes, fundador da Associação Portuguesa de Designers e professor catedrático convidado jubilado da Faculdade de Arquitectura.

Monday, October 17, 2005

Fotografia 2 - turma B - dia 20 não há aula

Avisa-se os alunos da turma B (5LDCAG02) de Fotografia 2 que a aula de 20 de Outubro (Quinta-feira) não se realizará por motivos de reunião do Conselho Científico.
A matéria estabelecida para esta aula, nomeadamente a leitura do texto de Guy Debord, passa para a aula de 27 de Outubro.
A aula de 19 de Outubro (turma A) mantém-se.

H. Alvelos

Saturday, October 15, 2005

bluescreen - inauguração

Algumas fotos da inauguração da exposição de finalistas FBAUP 2005,
na galeria do Palácio de Cristal (Biblioteca Almeida Garrett)

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Friday, October 14, 2005

IMAGO mostra filmes e exposição na Casa da Animação

IMAGO apresenta
de 14 a 16 de Outubro, 21h45
Entrada Livre

Os melhores momentos de animação presentes no Imago – Festival Internacional de Cinema Jovem, realizado no Fundão. A par das sessões será apresentado Mind My Gap: So Far So Evil... projecto multidisciplinar do realizador e designer holandês Rosto. A ver (ou rever) na
Casa da Animação.
Rua Júlio Dinis, "Edifício Les Palaces", 210.
Entre o Palácio de Cristal e a Casa da Música.

Thursday, October 13, 2005

bluescreen

alguns finalistas, 2005
uma exposição da faculdade de belas artes da universidade do porto
galeria do palácio de cristal
sábado 15 de outubro, 17 horas
...all welcome!

O Elogio da Banalidade?

Alguns dos trabalhos submetidos na aula de Fotografia II, 13 de Outubro de 2005:

banal03m

banal05

banal04

banal01

Para Fotografia 2 - turmas A e B

Texto de apoio à aula de 26 (turma A) e 27 (turma B) de Outubro:

TEORIA DA ‘DÈRIVE’
Guy Debord

Uma das práticas base dos situacionistas é a ‘dérive’ [literalmente: 'deriva'], uma técnica de passagem rápida por ambientes variados. A ‘deriva’ implica um comportamento lúdico-construtivo e uma consciência dos efeitos psicogeográficos, sendo portanto bastante diferente das noções clássicas de viagem ou de passeio.
Numa ‘deriva’ uma ou mais pessoas durante um certo período de tempo esquecem as suas relações, o seu trabalho e actividades de lazer e todos os outros motivos habituais para movimento e acção, deixam-se guiar pelas atracções do terreno e pelos encontros que aí se processam.

O acaso, nesta actividade, é um factor menos importante do que podemos pensar: do ponto de vista da ‘deriva’, as cidades têm contornos psicogeográficos, com correntes constantes, pontos fixos e vortexes que desencorajam a entrada ou a saída em certas zonas.
Mas a ‘deriva’ inclui ao mesmo tempo o deixar-correr e a sua necessária contradição: o domínio das variações psicogeográficas através do conhecimento e cálculo das suas possibilidades.
Neste último aspecto, a ciência ecológica — apesar do estreito espaço a que se limita— fornece abundante informação à psicogeografia.
A análise ecológica do caracter absoluto e relativo das fissuras da rede urbana, do papel dos microclimas, dos subúrbios distintos sem relação com as fronteiras administrativas, e acima de tudo a acção dominante dos centros de atracção, podem ser utilizados e completados pelos métodos da psicogeografia. O terreno objectivo passional de uma ‘deriva’ tem que ser definido de acordo não só com a sua própria lógica, como também com as suas relações com a morfologia social.

No seu estudo ‘Paris e o aglomerado parisiense’ (Bibliothèque de Sociologie Contemporaine, P.U.F., 1952), Chombart de Lauwe nota: ‘os aglomerados urbanos são determinados não só por factores geográficos e económicos, mas também pela imagem que os seus habitantes e os de outros bairros têm deles’. No mesmo trabalho, e para ilustrar ‘ a pequenês do Paris real, no qual cada indivíduo vive, dentro de uma área geográfica cujo raio é extremamente limitado, ele traça o diagrama de todos os movimentos feitos por uma estudante que vive no 16me Arrondissement (16º Bairro). Os seus itinerários formam um pequeno triângulo sem desvios significantes, os três vértices são os da Escola de Ciências Políticas, a sua casa e a da professora de piano.

Estas informações — exemplos de poesia moderna capazes de provocar agudas reações emocionais (neste caso particular, ultraja o facto de a vida de alguém poder ser tão pateticamente limitada) — ou até a teoria das actividades sociais de Chicago de Burgess, como sendo distribuidas em zonas concêntricas distintas, provam indubitavelmente ser úteis no desenvolvimento de ‘derivas’.

Se o acaso tem um papel importante nas ‘derivas’ é porque a metodologia da observação psicogeográfica está ainda na sua infância. Mas a acção do acaso é naturalmente conservativa, e num contexto novo tende a reduzir tudo a hábitos ou a uma alternância entre um limitado número de variantes. O progresso significa aventurar-se através dos campos onde balança o acaso criando novas condições mais favoráveis aos nossos propósitos. Podemos dizer, então, que o acaso de uma ‘deriva’ é fundamentalmente diferente do de um passeio, mas também que as primeiras atracções psicogeográficas descobertas por ‘derivadores’ podem tender a fixá-los em torno de novos eixos habituais, para os quais serão constantemente atraídos.

Uma consciência insuficiente dos limites do acaso, e os seus efeitos inevitavelmente reaccionários, condenaram a um decepcionante falhanço a famosa tentativa de vaguear feita por quatro surrealistas em 1923 a começar numa cidade escolhida ao acaso: vaguear no campo aberto é naturalmente deprimente, e as intervenções do acaso são mais pobres que em qualquer outro sítio. Mas essa despreocupação é levada muito mais longe por um certo Pierre Vendryes (in Médium,
Maio de 1954), que pensa poder relacionar esta história a várias experiências de probabilidades, com base em que todas envolvem supostamente a mesma espécie de libertação antideterminista.
Ele dá um exemplo de distribuição ao acaso de girinos num aquário circular, acrescentando significativamente, ‘É necessário, é claro, que esta população não seja sujeita a nenhuma tentativa de condução exterior’.
Desta perspectiva, os girinos podem ser considerados mais espontaneamente libertados que os surrealistas, uma vez que têm a vantagem de ser ‘tão desprovidos quanto é possível de inteligência, sociabilidade e sexualidade’ e são assim ‘verdadeiramente independentes uns dos outros’.

No polo oposto a estas imbecilidades, o caracter primário da ‘deriva’ no seu elemento nas grandes cidades industrialmente transformadas — estes centros de possibilidades e significados — podem ser definidos pela frase de Marx: ‘Os homens não podem ver nada à sua volta que não seja a sua imagem, cada coisa lhes fala de si próprios. A sua própria paisagem está viva’.

Pode-se derivar sózinho, mas todas as indicações são que o arranjo numérico mais frutuoso consiste em vários pequenos grupos de duas ou três pessoas que chegaram ao mesmo nível de conscencialização, uma vez que contrapor as impressões desses diferentes grupos torna possível chegar a conclusões mais objectivas. É preferível para a composição destes grupos mudar de uma ‘deriva’ para outra. Com mais de quatro ou cinco participantes o caracter específico da ‘deriva’ diminui rapidamente, em qualquer caso é impossível para mais de dez ou doze pessoas sem que que a ‘deriva’ se fragmente em várias ‘derivas’ simultâneas. A prática desta subdivisão é, de facto, de grande interesse, mas as dificuldades que se apresentam evitaram, até agora, que ela fosse organizada em escala suficiente.

A duração média de uma ‘deriva’ é de um dia, considerado como o tempo entre dois períodos de sono. Os tempos de começo e final não têm necessariamente relação com o dia solar, mas deve-se notar que as últimas horas da noite são geralmente pouco apropriadas para ‘derivas’.

Mas esta duração é meramente uma média estatística. Por uma razão, a ‘deriva’ raramente ocorre na sua forma pura: é dificil para os participantes evitar pôr de parte uma ou duas horas no princípio ou no fim do dia para cuidarem de tarefas banais; e para o fim do dia a fadiga tende a encorajar o abandono. Mas, mais frequentemente a ‘deriva’ dá-se muitas vezes dentro de um período de tempo deliberadamente limitado a poucas horas, ou até fortuitamente durante momentos bastante breves; ou pode durar vários dias sem interrupção. A despeito das paragens impostas pela necessidade de dormir, certas ‘derivas’ de suficiente intensidade foram prolongadas por três ou quatro dias, ou até mais. É verdade que no caso de séries de ‘derivas’ sobre um bastante longo período de tempo é quase impossível determinar precisamente quando o estado de espírito peculiar de uma ‘deriva’ cede lugar a outro estado de espírito. Uma sequência de ‘derivas’ foi feita sem interrupções significativas por mais ou menos dois meses. Este género de experiência dá lugar a novas condições objectivas de comportamento que provocam o desaparecimento de um bom número das antigas. (1)

A influência do estado do tempo nas ‘derivas’, se bem que real, só é um factor significante no caso de chuvas prolongadas que as tornam virtualmente impossíveis. Mas, tempestades ou outro tipo de chuva são até favoráveis para ‘derivas’.

O campo espacial de uma ‘deriva’ pode ser delimitado com precisão ou pode ser vago, dependendo de se o objectivo é estudar um terreno ou desorientar-se emocionalmente. Não nos podemos esquecer que estes dois aspectos de ‘deriva’ se sobrepõem de tantas maneiras que é impossível isolar um deles num estado puro. Mas o uso de taxis, por exemplo, pode fornecer uma linha de separação suficientemente clara: se no decorrer de uma ‘deriva’ tomamos um taxi, seja para ir numa direcção específica ou simplesmente para nos movimentarmos, digamos, vinte minutos para oeste, estamos concentrados principalmente numa viagem pessoal para fora dos nossos caminhos habituais. Se, por outro lado, nos limitamos à exploração directa de um certo terreno, estamos essencialmente concentrados na investigação de um urbanismo psicológico.

Em todos os casos o campo espacial depende em primeiro lugar do ponto de partida — a morada do ‘derivador’ solitário, ou o ponto de encontro escolhido por um grupo. A área máxima deste campo espacial não se estende para além de uma grande cidade e dos seus subúrbios. No seu mínimo pode limitar-se a um espaço único: um único bairro ou até um só bloco de casas, se for suficientemente interessante, (sendo o caso extremo uma ‘deriva-estática’ de um dia inteiro dentro da estação de combóios de Saint-Lazare).

A exploração de um campo espacial fixo presupõe que se estabeleçam bases e se calculem direcções de penetração. É aqui que surge o estudo de mapas — mapas vulgares e também mapas ecológicos e psicogeográficos — assim como a correção e o melhoramento destes.

Não é preciso dizer que não estamos de modo algum interessados em nenhum mero exotismo que pode advir do facto de estarmos a explorar um bairro pela primeira vez. Além de não ser importante, este aspecto do problema é completamente subjectivo e desvanece-se rapidamente.

No ‘possível encontro marcado’, por outro lado, o elemento de exploração é mínimo em comparação com o da desorientação de comportamentos. Alguém é convidado a comparecer sózinho num certo lugar a uma determinada hora. Está livre das maçadoras obrigações de um ‘encontro marcado’ habitual uma vez que não está à espera de ninguém. Mas uma vez que esse ‘possível encontro marcado’o levou, sem aviso, a um lugar que pode conhecer ou não, ele observa o que o rodeia. Pode acontecer que o mesmo lugar tenha sido indicado para um ‘encontro marcado possível’ para alguém cuja identidade não tem nenhuma possibilidade de conhecer. Uma vez que ele pode nunca ter visto antes a outra pessoa, ele pode ser encorajado a começar a conversar com as várias pessoas que passem. Ele pode não conhecer ninguém, ou pode, por acaso, encontrar a pessoa que combinou o ‘possível encontro marcado’. Em todo o caso, particularmente se o tempo e o espaço foram bem escolhidos, o seu uso do tempo dará uma volta inesperada. Ele pode até telefonar a outra pessoa que não saiba onde o primeiro ‘possível encontro marcado’ o levou, para pedir que marque um outro ponto de encontro. Começam a ficar claros os recursos ilimitados deste passatempo.

O nosso despreocupado estilo de vida e até alguns divertimentos considerados duvidosos que sempre foram o prazer do nosso círculo — dormir à noite em casas para demolição, as nossas infindáveis viagens a pé e à boleia, sem destino, através de Paris durante uma greve de transportes para nos juntarmos à confusão, vaguear pelas catacumbas proibidas ao público, etc. — são expressões de uma sensibilidade mais geral que não é diferente da que leva à ‘deriva’. Descrições escritas podem não ser mais do que ‘passwords’ para este grande jogo.

As lições tiradas das ‘derivas’ tornaram-nos aptos a proceder aos primeiros levantamentos das articulações psicogeográficas de uma cidade moderna. Para além da descoberta de unidades de ambientes, das suas principais componentes e da sua localização espacial, acabamos por perceber os seus principais eixos de passagem, as suas saídas e as suas defesas. Chega-se à hipótese central da existência de pontos de charneira psicogeográficos. Mede-se as distâncias que efectivamente separam duas regiões de uma cidade, distâncias que podem ter pouquíssima relação com a distância física entre elas. Com a ajuda de velhos mapas, fotografias aéreas e ‘derivas’ experimentais, pode-se desenhar mapas de influências que faltavam até aqui, mapas cuja inevitável imprecisão, nesta primeira fase, não são piores que as primeiras cartas de navegação. A única diferença é a de que já não se trata de delinear com precisão continentes estáveis, mas sim arquitecturas e urbanismos mutáveis.

Hoje, as diferentes unidades de atmosferas e de habitações não estão precisamente demarcadas, mas sim rodeadas por regiões fronteiriças mais ou menos extensas e indistintas. A mudança mais geral que esta experiência de ‘deriva’ leva a propôr é a constante diminuição destas regiões fronteiriças, até se chegar à sua completa supressão.

Na própria arquitectura, o gosto pela ‘derivação’ tende a promover todas as espécies de novas formas de labirintos tornados possíveis pelas modernas técnicas de construção. Assim, em Março de 1955, a imprensa anunciou a construção em Nova Iorque de um prédio no qual podemos ver os primeiros sinais de uma oportunidade de ‘deriva’ dentro de um apartamento:

‘Os apartamentos deste prédia helicoidal teriam a forma de fatias de bolo. Teriamos a oportunidade de os aumentar ou diminuir trocando divisórias móveis. As gradações de meio-andar evitam a limitação do número de quartos, uma vez que o inquilino pode pedir o uso de uma secção adjacente no andar acima ou abaixo. Com esta disposição, três apartamentos de quatro quartos podem ser transformados num apartamento de doze quartos em menos de seis horas’.

(Terá continuação)
Guy Debord
1958

[Nota do tradutor]
1. “A ‘deriva’ (com a sua torrente de acções, os seus gestos, as suas deambulações, os seus encontros) estava para para a totalidade exactamente como a psicanálise (no seu melhor sentido) estava para a linguagem. Deixe-se levar pela corrente das palavras, diz o psicanalista. Ele ouve, até ao momento em que rejeita ou modifica (pode-se dizer torneia) uma palavra, uma expressão ou uma definição. A ‘deriva’ é seguramente uma técnica, quase uma terapia. Mas, como análise, sem ser acompanhada de mais nada, é quase sempre desaconselhada, e assim a ‘deriva’ contínua é perigosa na medida em que o indivíduo, que foi longe demais (não sem bases, mas…) sem defesas, está ameaçado de explosão, dissolução, dissociação, desintegração. E a partir daí o relapso naquilo a que chamamos ‘vida normal’, por assim dizer, na realidade, na ‘vida petrificada’. Sob este ponto de vista eu recuso agora a propaganda do Formulário para uma ‘deriva’ contínua. Pode ser contínua como o jogo do poker em Las Vegas, mas só por um determinado período, limitado a um fim de semana para algumas pessoas, a uma semana para a maioria; a um m~es é realmente exagerar. Em 1953-1954 nós ‘derivámos’ por três ou quatro meses seguidos. Isto é o limite extremo. É um milagre que isto não nos tenha matado.”
(Ivan Chtcheglov, “Letter from Afar,” Internationale Situationniste #9, p. 38.)

Monday, October 10, 2005

WORKSHOP EM VIDEOJOGOS

I Workshop em Videojogos
orientado pela Dra. Veronica Costa,
PhD, Universitat Pompeu Fabra, Barcelona

O workshop pretende ser um curso intensivo de 12 horas, repartido em 4 sessões de 3 horas, sobre o design de videojogos. Desafiam-se os participantes a desenvolver o design de videojogos, com especial ênfase nos conteúdos, e com os conceitos adquiridos durante o workshop. Durante as sessões serão desenvolvidos aspectos relacionados com a indústria de jogos e com a forma de iniciar o trabalho nesta matéria.

24 a 28 de Outubro de 2005,
na Licenciatura em Jornalismo e Ciências da Comunicação
Turmas de 30 participantes

Inscrições, horários e informações:
Secretaria da LJCCUP
Pr. Coronel Pacheco, 8
Porto
22 339 3660
pfrias@yahoo.es
app@icicom.up.pt

Wednesday, October 05, 2005

CIDAE - I Congresso Internacional de Design

"O Estado da Arte em Design"
13, 14, 15 de Outubro de 2005
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Lisboa
www.cidae.net
cidae @ cidae.net

Tuesday, October 04, 2005

Candidaturas a mobilidades Erasmus: de 10 a 21 de Outubro

Entre 10 e 21 de Outubro irão decorrer as candidaturas a mobilidades Erasmus a realizar no segundo semestre do corrente ano lectivo.

As regras de candidatura, actualizadas relativamente a anos anteriores, são as seguintes:

Os alunos que desejarem candidatar-se a uma mobilidade Erasmus terão de preencher os seguintes requisitos:
1. Devem estar inscritos na FBAUP e ter propinas em dia.
2. Devem estar a frequentar o 3º, 4º ou 5º ano do curso aquando da mobilidade Erasmus.
3. Devem ter o 1º ano do curso concluido.
4. Devem ter conhecimentos suficientes de inglês ou da língua do país onde se pretendem deslocar.
5. Devem preencher os formulários de candidatura a mobilidade, disponíveis no gabinete Erasmus.
6. Devem procurar informação sobre as Escolas parceiras a que se desejam candidatar.
(O gabinete Erasmus possui brochuras e catálogos de algumas das Escolas parceiras, bem como comentários de alunos que realizaram mobilidades anteriores. É igualmente esperado que os alunos procurem informação adicional na internet e junto dos colegas e professores que já visitaram as Escolas em causa. O gabinete Erasmus tem disponível para consulta a lista de professores que já visitaram Escolas parceiras.)
7. Devem discutir o plano de estudos no estrangeiro com os seus professores da FBAUP.
8. Devem possuir endereço de e-mail a funcionar e consultado regularmente. Este é o modo de comunicação mais expedito e económico, e será através de e-mail que grande parte das comunicações será efectuada.
9. Devem entregar, junto com os formulários de candidatura, um portfolio representativo do seu trabalho, que seguirá junto com os formulários para a Escola anfitriã. Este portfolio pode ser em formato de álbum, CD, ou outro que o aluno entender apropriado para a Escola a que se candidatar. Alunos que não entreguem portfolio na altura da candidatura serão automaticamente desclassificados.
10. Devem entregar, junto com os formulários de candidatura, uma carta de intenções onde justificam as razões de terem escolhido as três primeiras Escolas que escolheram no formulário de candidatura. Alunos que não entreguem esta carta na altura da candidatura serão automaticamente desclassificados.


Critérios de seriação e colocação dos alunos.
O juri de colocação dos alunos será constituido por três professores da FBAUP, a nomear aquando da abertura de candidaturas. Esse juri seguirá os seguintes critérios:
1. O cumprimento das normas acima descritas. Sem o preenchimento total das condições acima descritas, o aluno será automaticamente desclassificado.
2. Prioridade aos alunos do 5º ano.
3. Adequação do perfil do candidato às áreas de estudo da Escola parceira.
4. Média das disciplinas nucleares e maior número de disciplinas concluídas com sucesso.
5. No caso de as alíneas anteriores não serem conclusivas, os alunos devem estar disponíveis para uma entrevista com o painel de professores encarregue da colocação.

Uma vez colocados numa Escola parceira, os alunos deverão contactar de novo os professores da FBAUP do ano lectivo seguinte, para assegurarem a equivalência do programa que vão realizar na Escola anfitriã. Poderão também contactar (por e-mail ou telefone) o gabinete Erasmus da Escola para onde vão, no caso de necessitarem de esclarecimentos ou de ajuda para obterem alojamento.

Na Escola parceira, o aluno deve certificar-se que recebe uma classificação segundo o sistema ECTS (que será convertida para a escala de 0 a 20 em vigor na FBAUP aquando do seu regresso, seguindo as médias das classificações na FBAUP).
A classificação obtida em Erasmus terá pesos diferentes na nota final da FBAUP, dependendo da duração da estadia Erasmus:

3 - 4 MESES:
O aluno traz a nota ECTS da escola parceira, que será traduzida para a escala de valores da FBAUP. Esta classificação terá carácter informativo, dado ser parcial.
Deve ainda o aluno apresentar o trabalho desenvolvido durante a estadia em Erasmus aos seus professores na FBAUP.
Pela nota final será sempre responsável o professor da FBAUP, visto a avaliação em Erasmus ser correspondente a uma fracção de semestre.

1 SEMESTRE:
A avaliação da Faculdade de origem será traduzida, pelo sistema ECTS, na avaliação da FBAUP.
A classificação assim obtida será correspondente ao referido semestre. No caso da nota corresponder ao segundo semestre, esta terá que ser pesada com a nota do primeiro semestre pelo professor da FBAUP, produzindo assim a nota final do ano, da responsabilidade do professor da FBAUP.

1 ANO LECTIVO:
As notas da Faculdade de origem são convertidas pelo sistema ECTS, correspondendo automaticamente às avaliações finais, salvaguardando as equivalências que devem ser estabelecidas antes da mobilidade. Salvaguarda-se o caso de a avaliação atribuída ao aluno necessitar de esclarecimentos adicionais, caso esta tenha colocado o aluno entre a positiva e a negativa, ou caso corresponda à classificação máxima atribuível na Escola de origem.
Salienta-se a absoluta necessidade de os alunos verem o seu plano de estudos aprovado pelos respectivos professores da FBAUP antes de realizarem a sua mobilidade Erasmus, e de os informarem de eventuais mudanças a esse plano durante a sua estadia no estrangeiro. Se não o fizerem, correm o risco de não verem a sua equivalência de estudos aprovada aquando do seu regresso.

Aquando do regresso de mobilidade Erasmus, os alunos serão convidados a preencher um formulário de 'feedback', consultável por colegas que queiram realizar uma mobilidade Erasmus em anos lectivos futuros.

O gabinete encontra-se aberto para atendimento de segunda a quinta-feira (de manhã e de tarde) e sexta (de manhã), em horário de expediente. O gabinete não abre para atendimento às sextas-feiras à tarde.

O Coordenador Erasmus e os docentes responsáveis pelas três áreas de estudo estão disponíveis para atendimento aos alunos em horário semanal. Por favor contactem o gabinete para informação actualizada dos horários.

Toda a correspondência deve ser dirigida a: erasmus @ fba.up.pt
A extensão telefónica interna do gabinete é: 346

A equipa Socrates/Erasmus deseja a todos as melhores mobilidades europeias em 2005/2006!

Heitor Alvelos - coordenador Socrates/Erasmus
Júlio Dolbeth - coordenador ECTS e docente Erasmus - Design
Norberto Jorge - docente Erasmus - Escultura
Rui Pimentel - docente Erasmus - Pintura
Joana Cunha - funcionária administrativa.